terça-feira, 15 de setembro de 2009

“Se não podemos modificar o nosso comportamento, como esperar que os outros o façam?”


A sociedade humana, como está, é insustentável. Apesar dos inegáveis avanços tecnológicos pós-industriais, a humanidade inicia o século XXI lutando, não apenas por solo, mas também por água e ar, num ambiente hostil que remota à era pré-industrialista. Prevê-se a barbárie da violência urbana e rural imersa num contexto de conflitos e atos de terrorismo, gerados pela intolerância, principalmente etno-religiosa (acrescente-se que o Brasil reúne uma mistura explosiva: a violência no campo contra o movimento sindical rural e a crescente migração para as cidades, resultados da estratégia suicida de manutenção, a qualquer custo, das oligarquias latifundiárias e da má distribuição de renda).
Na apresentação da obra Olhando para a Terra, de James George, o Dalai Lama afirma que a crise ambiental global é, de fato, a expressão de uma confusão interior. A busca mesquinha de interesses egoístas causou os problemas globais que ameaçam a todos. Adianta que a cura do mundo tem de começar num nível individual: “Se não podemos modificar o nosso comportamento, como esperar que os outros o façam?” Na verdade, se se multiplicam as escolhas e ações individuais sobre o ambiente por seis bilhões, pode-se começar a entender que, cada vez se faz o que os outros estão fazendo, contribui-se para o estado traumático e estressado do planeta, de forma cumulativamente perigosa.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. 9 ed. São Paulo: Gaia, 2004.

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